15 de abril de 2011

MAIS ATAQUES `NATUREZA

 
Código Florestal, um outro ponto de vista
Dieter Wartchow
Submeti o artigo Código Florestal e o embuste da Reserva Legal, publicado no Jornal do Comércio, aos alunos da disciplina de Planejamento Ambiental. E o resultado foi que a abordagem sobre o tema pode ser diferente. Sim, o rigor científico é fundamental e a desinformação sobre os benefícios de um ambiente mais equilibrado é enorme. Por isso, é fundamental saber que as palavras ecologia e economia se originam da palavra grega “oikos”, que significa “casa”. Assim, ambas devem ser compreendidas de forma integrada e equilibrada. Enquanto a primeira estuda as modificações das condições do ambiente em nossa “casa”, a segunda procura “administrar a casa”. 
Por isso, não me parece correto comparar a Reserva Legal nas propriedades rurais a uma loja ou a um negócio. O direito à propriedade não dá o direito à destruição do que nela está, em se falando de recursos naturais. Estamos falando em um ambiente vulnerável, a ser preservado para sustentar a vida, a biodiversidade e a água. Na busca de uma alternativa que preserve o princípio do ambiente sustentável com desenvolvimento, o medo que se quer impor à sociedade, pelo risco de serem aplicadas multas e pela conclusão de que a Reserva Legal causaria prejuízos bilionários para a agricultura e para a pecuária, não ajuda. Enfim, quanto custou a sua destruição, o assoreamento dos rios e a falta de água nestes? Na história das civilizações são situações críticas que fazem o homem criar soluções. O desafio em encontrar formas produtivas para compensar a destinação de 20% da área de uma propriedade está posto. Neste debate, o bom senso e o equilíbrio devem prevalecer. Que se procure outra solução para a equação do impasse e que não seja “oito nem oitenta”. Segundo Albert Einstein: “A poderosa desintegração do átomo veio modificar tudo, salvo o nosso modo de pensar, fazendo-nos assim deslizar para uma catástrofe nunca vista. A sobrevivência da humanidade exige uma nova maneira de pensar”.

Professor da Ufrgs

11 de abril de 2011

LIXO EXTRAORDINÁRIO III - AINDA O ATERRO SANITÁRIO

Li os comentários postados no blog Teclando7 sobre a matéria que trata do Aterro Sanitário. Li inclusive os dos " anônimos " que se escondem atrás dessa condição para emitir opinião. Afinal, de quê têm medo? Voltarei a essa questão a qualquer momento para dialogarmos mais sobre isso. Mas afirmo que, em um regime aberto, como o que vivermos atualmente no Braisl, esse comportamento é anormal.Há um desses anônimos que até faz ameaças, como me colocar em alguma " lista " Que caráter tem essa lista dele ou dela? O mesmo que as listas do " Fernandinho Beiramar?"
   O lixo se constitui num dos principais problemas sobre os quais se debruça a Humanidade. É problema que tem caráter de urgência e o Ser Humano ainda se debate em busca da melhor solução para seu trato. Sabemos que ainda não temos soluções ideais.
   Neste momento a saída mais adequada é acondicioná-lo em locais e com técnicas que reduzam ao máximo seus efeitos nocivos. Os aterros sanitários são os mais indicados.
   Não concordo que o debate sôbre esse tema já esteja esgotado. Manifestações de certos " anônimos " deixam claro sua ignorância a respeito do conjunto de sua problemática. Ou é ignorância quanto à metodologia empregada pelos municípios para resolvere o problema no atacado, uma vez que no varejo os custos são imensamente mais altos.
   Pela Lei Federal 12.305/2010 a partir de 2014 os " lixões " ,como o que existe em Candiota, serão proibidos. Os aterros sanitários só poderão receber a parte que não é adequada para reciclar.  A parte do lixo chamada " lixo seco ", para diferenciar do " lixo orgânico ",papel, vidro, plástico, alumínio, ferro e outros metais etc, será destinada à reciclagem.
   Em diversos lugares estão instalando, em aterros sanitários, formas de captura dos gases para aproveitá-los para a queima em usinas de geração de energia elétrica. Isso está ocorrendo em Minas do Leão com uma iniciativa da empresa que administra o aterro sanitário de lá, a Sulgás e o DMLU da Prefeitura de Porto Alegre.
   Há algumas perguntas que precisam ser respondidas: a) alguém conhece, hoje, melhor solução para o tratamento do lixo que supere a do aterro sanitário? b) Se o nosso lixo, o de Candiota, poderia ir para qualquer outro município que abrigasse o aterro sanitário, porque o dos outros não pode vir para cá? c ) Se o lixo de um município não pode ir para outro, como admitir que vá de um bairro de uma cidade para outro bairro da mesma cidade? d) Os cidadãos, individualmente, teriam condições de tratar, cada um, de seu próprio lixo, adequadamente, sem fazer aqueles monturos no fundo de seus quiintais ou nos logradouros públicos, como se vê, frequentemente, aqui em Candiota? e) O lixão, hoje existente em Candiota, há que distância fica do centro de Dario Lassance? f) Quando e quantas vezes os manifestantes contrários ao aterro sanitário manifestaram-se contra a existência do lixão, que é profundamente nocivo?g) O lixão não exala mau cheiro, não " espraia" moscas e bactérias por aí a fora?
   Um aterro sanitário, que empregue as técnicas recomendadas pela ciência não exala mau cheiro, não produz a gama de insetos e bactérias próprias de um lixão.
   Muitos de nossos problemas são tratados de forma coletiva, ou pela impossiblidade de um município fazê-lo sósinho, ou pela extrema dificuldade de atacá-lo isoladamente. Já vimos, com a questão da estiagem, que a articulação dos municípios propiciou recursos, máquinas e políticas para minorar seus efeitos e prevenir as próximas.Essa metodologia passará a ser adotada para outras questões. A do lixo é uma delas. Mas virão as questões da saúde, da educação, da segurança, da geração de emprego e renda e outras. É necessário ter-se clareza da dimensão dos problemas, de sua gravidade e ter capacidade de pensarem-se políticas para a sua melhor solução, sem preconceitos, sem egoismos, sem exclusivismos e sem elitismos.
   Por fim cumprimento ao Giordano e ao Ildo que opinaram abertamente, defenderam suas opiniões de cara limpa. É deste modo que seguramos em nossas mãos nossa cidadania e mantemos o combate ao autoritarismo, aos arreganhos daqueles que tem saudade dos tempos de exceção. As ditaduras se instalam aproveitando-se do medo dos que não falam ou dos que se escondem para falar. Se todos falarem de peito aberto, sem medo, alto, em bom som e bom tom, quem se esconderá são os filhtes dos ditadores. Um grande abraço João Couto