31 de janeiro de 2012

O discernimento, talvez seja a arma mais poderosa para combater incêndios em momento de extensa estiagem.

Estamos vivenciando um longo período de estiagem, a vegetação não aguenta mais, os riachos, açudes, tudo que tem umidade fica seco, tornando-se tudo combustível para o fogo, ao mesmo tempo em que ficamos a mercê da consciência de todos, que fumam e que ao acender e ao apagar seu cigarro tomem os devidos cuidados, os peões fumantes das estâncias que às vezes num gesto involuntário jogam sua bagana de cigarro acesso no pasto seco, motoristas que lançam sua bagana pela janela de seu veículo nas margens das estradas, bárbaros caçadores fumantes que as vezes atravessam a noite em busca de pequenos animais, que se escaparem do caçador, ainda precisam da sorte do cigarro deles não ser jogado inconscientemente ao chão. Que triste sina, o discernimento neste momento pode evitar essa tragédia.

Há, também, moradores da nossa cidade que fazem limpeza do seu pátio e após colocam todos os resíduos em lugares inadequados, bem como nas margens das estradas, barrancos e espaços públicos então resolvem simplesmente atear fogo causando enormes incêndios, preferem o anonimato à avisar os bombeiros assim como sorrateiramente colocam o lixo em local proibido, o que não têm a mínima necessidade já que a coleta é feita regularmente ou se preferir podem chamar a equipe da prefeitura para efetuar a retirada desses entulhos. Então é simplesmente uma questão de discernimento de providenciar a ação mais aceitável.

No entanto, esta época é tempo de praia, boa parte dos bombeiros de todas as cidades da região são deslocados para ser salva-vidas diminuindo consideravelmente o contingente já defasado, além dos escassos equipamentos a disposição, os que aqui ficam tem que desdobrarem, já que o efetivo das cidades vizinhas também têm todo dia incêndios, impossibilitando reforçar qualquer outra equipe que esteja em apuros, então, transformam-se em heróis, muitas vezes sem reconhecimento do seu esforço, e as vezes chamados de lentos e incompetentes, aí mais uma triste sina, mas se todos têm consciência das dificuldades do corpo de bombeiros, podem, também, ter discernimento e tomar mais cuidado para evitar incêndios.

Há dois anos, por ocasião da campanha da consulta popular, resolvemos abrir mão das demandas da educação, saúde, qualificação, irrigação, e outras, para concentrar esforço na aquisição de um caminhão equipado para combate a incêndio; pode ser essa mais uma solução. Mas precisamos do atendimento dessa demanda, já que se os bombeiros tiverem em mãos um equipamento dessa grandeza, facilita em muito o seu trabalho. Esta preste a se torna realidade.

As áreas atingidas por esses incêndios causam sérios danos a biodiversidade, a dinâmica dos ecossistemas, aumentam a erosão do solo, afeta a qualidade do ar e pode acarretar em danos irreparáveis ao meio ambiente; levam muito tempo para se recompor, os incêndios ocasionam a degradação do solo, altera as características físicas, químicas e biológicas de todo o ecossistema, além, do empobrecimento do solo causado pela eliminação dos microorganismos essenciais para a fertilização, altera os nutrientes, como o cálcio, enxofre e potássio, também, deixa o solo desprotegido uma vez que árvores, arbustos e outros tipos de vegetação foram destruídos.

A fauna sofre muito com esses incêndios, pequenos animais como lebres, tatus, lagartos, preás, pássaros, enfim, os mais diversos animais entram em total desespero, perdem ninhos, alimentos e ficam completamente desorientados e os grandes animais ficam sem alimento, e dependendo do que sobrar, em uma época que as pastagens já estão prejudicadas pela estiagem.

Outros pontos que sofrem muito em conseqüência de incêndios são o ciclo do carbono libera gases contendo o elemento carbono, em especial gás carbônico e metano. Tais gases são bloqueadores de calor e seu acúmulo na atmosfera pode alterar o balanço de energia do planeta e aumento da temperatura e o ciclo hidrológico, ocorre a precipitação (chuva) como conseqüência da evaporação das águas dos oceanos. Parte dessa água é captada pela vegetação e a outra é absorvida pelo solo, onde tem destino ao lençol freático, mas os incêndios deixam o solo ressecado impedindo este processo de infiltração.

De minha parte e de minha equipe da Secretaria de Meio Ambiente, no momento, vamos desencadear uma campanha de conscientização para evitar incêndios, talvez, para esse ano ainda não vamos atingir bons resultados, mas ficará o alerta para os próximos tempos.
É o nosso discernimento que queremos dividir com todos os seguimentos da sociedade.
Aroldo Quintana
Secretário de Meio Ambiente de Candiota.