27 de maio de 2011

CÓDIGO DO ATRASO II

POSIÇÃO DO MANDATO DO DEPUTADO MARCON SOBRE A VOTAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL

Na batalha sobre o Código Florestal, nosso mandato manteve a coerência e votou contrário ao texto apresentado pelo deputado Aldo Rebelo. Juntamente com outros 34 deputados do PT, rejeitamos o texto, pois ele atendia somente aos interesses dos ruralistas. Apesar de toda a propaganda do agronegócio dizendo que o texto do deputado Aldo Rebelo atendia aos pequenos agricultores, ao lermos o substitutivo do deputado vemos que, ao contrário, o texto é um atentado contra o meio ambiente e a agricultura familiar e camponesa do Brasil.
Os principais pontos do texto do deputado Aldo Rebelo que somos contrários são:

ÁREA CONSOLIDADA
O texto garantiu como área consolidada tudo que foi desmatado ou queimado até 2008. Isso aumentou o desmatamento na Amazônia em 27%, sendo que só no Mato Grosso ocorreu um aumento de 480%! Afinal, como vão garantir que a área foi desmatada em 2011 e não em 2008? Já nossa proposta é que apenas a agricultura familiar poderia ter áreas consolidadas, pois são áreas historicamente ocupadas e que não representam novos desmatamentos.

COMPENSAÇÃO DA RESERVA LEGAL
O substitutivo do Aldo libera a compensação da reserva legal dos grandes em qualquer parte do mesmo bioma. Assim, um latifundiário de São Paulo poderá comprar terras no noroeste do Rio Grande do Sul, já que as duas áreas estão no bioma Mata Atlântica. Desse jeito, os latifundiários irão pressionar para comprar as terras dos nossos agricultores familiares, pois o valor das terras é mais baixo.

DISPENSA DE RESERVA LEGAL
As áreas de até 04 módulos rurais não vão precisar recompor as áreas de reserva legal desmatada, sendo obrigado conservar o que já existe. Por outro lado, o texto não proibi que os latifúndios sejam divididos em imóveis menores. Assim, o latifundiário pode dividir a propriedade em várias matrículas para não recompor a área de Reserva Legal.

CONTROLE DO DESMATAMENTO
O texto do deputado Aldo Rebelo não cria nenhuma pena para os latifundiários que desmatarem ou queimarem as florestas. Nossa proposta é que os grandes desmatadores percam o acesso aos créditos e sejam acionados pelo Ministério Público, proposta apoiada pelo governo.

FUNDO AMBIENTAL
O texto votado não considerou uma antiga reivindicação dos agricultores familiares e camponeses: o fundo ambiental. A própria presidenta Dilma apoiou a idéia dos agricultores receberam recursos financeiros para manter suas florestas em pé, entretanto, o deputado Aldo não conseguiu garantir esse fundo para os grandes, e então retirou esse ponto, deixando os agricultores familiares sem essa importante conquista.
O projeto do deputado Aldo, aprovado na Câmara dos Deputados, traz ainda outras várias bondades para o agronegócio. Libera a criação de camarões em áreas próximas aos mangues e permite que espécies exóticas, como o eucalipto, sejam plantadas em metade das áreas das reservas legais dos grandes proprietários.
Não houve dúvidas então. Uma lei que beneficia apenas o agronegócio, que destrói o meio ambiente e que usa nossa agricultura familiar e camponesa para defender, na realidade, os interesses das elites, merece o nosso voto contrário, com toda a convicção e força. Apoiado pelos movimentos sociais do campo e pelas organizações urbanas populares, combati essa luta com a certeza que a coerência do nosso mandato está integra!

DEPUTADO MARCON

26 de maio de 2011

A LUTA PELO DIREITO DE MORAR COM DIGNIDADE

Folador busca retorno no fornecimento de energia aos moradores do loteamento da Cimbagé

O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, acompanhado pelo vereador João Couto, participou na última terça-feira, dia 24, de um encontro com o diretor de distribuição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Ruben Sima, e com o assistente executivo, Gustavo Cassel. Em pauta, a busca pelo restabelecimento da energia elétrica no loteamento Cimbagé.
No dia 18 de maio, uma equipe da empresa havia desligado o sistema que fornecia energia da rede para abastecer as moradias do local em função da constatação de ligações irregulares. A área, pertencente a empresa Bunge Fertilizantes, foi recentemente motivo de um convênio com a Prefeitura de Candiota com o objetivo de possibilitar a regularização fundiária.
Como relatou o prefeito municipal, o encontro foi positivo. “Fomos orientados a estabelecer alguns procedimentos para garantir o retorno do fornecimento. O primeiro passo será a transformação da área em uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)”, informou Folador. Para a efetivação deste processo, o município encaminhará um projeto de Lei à Câmara de Vereadores, em regime de urgência, para aprovação.
Além disto, a Prefeitura deverá demarcar as ruas onde não há rede instalada para que a empresa efetue um projeto elétrico. A CEEE, por sua vez, irá verificar a área com rede já estabelecida para constatar se existe fornecimento suficiente para atender a demanda das novas residências.
Como detalha Couto, o projeto de Lei, as plantas do loteamento, bem como o termo de acordo entre Prefeitura Municipal e Bunge, serão encaminhados à CEEE. “Com isto, vamos atender as exigências da empresa e possibilitarmos o restabelecimento da energia para estes moradores”, apontou.
Para Folador, esta ação do Governo Municipal demonstra interesse com a qualidade de vida da população. “É bom salientarmos que não estamos, apenas, trabalhando para restabelecer esta necessidade primária, que é a energia elétrica, mas também trabalhamos para possibilitarmos a regularização fundiária do local e outros serviços”, ressaltou. Por fim, o gestor municipal agradeceu a compreensão da CEEE por atender a iniciativa do Governo Municipal, ouvindo as questões levantadas e possibilitando sugestões nos procedimentos necessários.

22 de maio de 2011

CÓDIGO DO ATRASO I

Prossegue a luta para impedir retrocesso no Código Florestal. Aos poucos vão aparecendo as verdadeiras razões de os latifundiários terem bancado uma grande mobilização para pressionar congressistas e o Giverno Federal nesse sentido. Um grupo de parlamentares federais, que cometeram crimes ambientais, legislam em interesse próprio, tentando fugir de suas responsabilidades.
   Um dos argumentos, que usam, é o de que milhões de agricultores familiares ficarão inviabilizados se o Código não mudar como eles querem. Mas como afirma o editorial do Jornal Brasil de Fato, que postei abaixo, apenas 8% dos pequenos estão nessa situação. Mudar uma lei tão importante, uma conquista que em muitos países causa inveja, para servir de perdão a uma minoria de  criminosos é um tremendo disparate. É também o cúmulo do mau uso do Parlamento.
   O Deputado Aldo Rebelo tem usado um argumento deveras inconsistente, e até ridículo. Afirma que no Nordeste o atual código inviabilizará milhares de pequenos agricultores que tem " cinco hectares " , Ou esse deputado não entende nada de agricultura, desconhece completamente a composição dos campos nos diversos biomas brasileiros,ou está a menospresar a inteligência do Povo Brasileiro. Ninguém consegue sobreviver com apenas cinco hectares, a não ser  junto de alguma região metropolitana e com cultivos  intensivos de hortaliças ou frutas e apoiado por programas sociais subsidiados. Em qualquer região mais afastada qualquer um estará inviabilizado por esse tamanho da propriedade. Uma propriedade de cinco hectares tem, em média, 500m X 100m. Um riacho que escoe aí por dentro terá no máximo 1000m de extensão. A redução dos 30m para 15m às margens dessa sanga acrescentará apenas 3000m² a esse lote o que significa muito pouco em termos de ampliação da tal " fronteira agrícola ".
   É necessário desmistificar esses argumentos e clarear quais as verdadeiras intençoes dos que querem um " Código do atraso ".
 
 
 

*A batalha do Código Florestal*
*NA SEMANA PASSADA houve uma verdadeira batalha econômica, política e
ideológica, travada entre diferentes interesses das classes sociais
brasileiras, tendo como palco a Câmara dos Deputados. O objetivo: quem pode
se apropriar dos bens da natureza de nosso território.*
*Qual é a situação atual? Há uma legislação em vigor, o Código Florestal
brasileiro, que determina a manutenção de áreas de reservas (intocadas) de
80% de cada estabelecimento na Amazônia, e 35% no bioma do cerrado. E há as
condicionantes de que nas beiras dos rios, riachos e no topo dos morros e
montanhas é preciso preservar e recuperar, como forma de proteger nossa água
potável.*
*Os capitalistas sempre agrediram a natureza, burlando a lei para buscar o
lucro máximo, retirando a madeira, fazendo carvão, e colocando seus bois e a
soja.*
*Muitos deles foram apanhados pelo Ibama em seus crimes ambientais e as
multas somam mais de R$ 8 bilhões. Só 1% foi pago.*
*E claro, há muitos pequenos agricultores nas regiões Sudeste e Sul, que por
falta de consciência, desconhecimento ou oportunismo, também desmataram até
a beira dos rios e no topo das montanhas nos últimos 100 anos. Mas não são
muitos; segundo levantamento governamental apenas 8% dos pequenos
agricultores.*
*Com o avanço dos interesses do capital financeiro e das grandes empresas
transnacionais do agronegócio sobre nossa agricultura, o Código Florestal
representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Por isso
precisam derrubar os limites do código, para colocar o cerrado e amazônia à
mercê da soja, do boi etc.*
*Por outro lado, os fazendeiros inadimplentes com as multas, entre eles 27
deputados federais da direita, entrarão no Serasa a partir de 11 de junho e
não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito.*
*Ascendeu a luz amarela. Gastaram milhões para eleger sua bancada ruralista.
Fizeram acordos posteriores e ofereceram seus votos para eleger o presidente
da Câmara. Apostaram no apoio da Rede Globo e outros grandes jornais. Todo o
circo montado para que o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que
atendia seus interesses, tivesse votação célere, e a sociedade não se
atentasse aos interesses que estão em jogo. *
*O governo encomendou uma pesquisa e percebeu que 95% da população
brasileira é contra qualquer mudança que implique em desmatamento de nossa
natureza. E a partir daí, começou a mexer-se.*
*Apresentou uma emenda alternativa ao relatório de Aldo Rebelo, e mesmo
assim, dois deputados falsificaram a proposta ao levá-la ao plenário.*
*Tudo isso gerou indignação, e a maior parte da bancada do PT, PSOL e PV
mobilizou-se para impedir a votação. Assim, ficamos livres, por enquanto, da
votação das mudanças propostas pelo relatório de Aldo Rebelo. Os
parlamentares direitistas querem votar logo porque sabem que têm a maioria
da Câmara amarrada e não querem que a sociedade brasileira se mobilize. Por
isso, o tempo funciona contra seus interesses.*
*Na semana passada houve também uma reunião em São Paulo com mais de 50
entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, setores da Contag, CUT,
movimentos sociais do campo, da Via Campesina, e entidades ambientalistas,
movimentos feministas. Todos contra o relatório de Aldo Rebelo. Lançaram um
manifesto nacional e prometem aumentar a mobilização em suas bases.*
*O que está em jogo é se os bens da natureza que temos no nosso território
devem ser usados em benefício de toda a sociedade ou liberados apenas para
que a sanha do lucro fácil seja apropriado por fazendeiros, empresas
estrangeiras e seus prepostos no Congresso Nacional.*
*A emenda do governo é mais sensata e pelo menos se contrapõe às mudanças
mais espoliativas do relatório de Rebelo, embora não seja o ideal. Por isso,
esperamos todos que haja um debate com toda a sociedade sobre as propostas
em disputa. E quando for a votação na Câmara, que os interesses do povo
brasileiro se sobreponham aos interesses da banca ruralista, financiada pelo
poder econômico, pagos com mais de R$ 800 milhões na campanha eleitoral,
como a imprensa divulgou na ocasião.*
*E depois, quando for ao Senado, esperamos que os senadores tenham mais
juízo ainda. Afinal, lá há apenas 13 senadores ruralistas de um total de 81.
E por fi m, quando for à sanção presidencial, que a presidenta Dilma tenha
mais juízo ainda e coragem em vetar tudo o que afete os interesses do povo.*
*E se o povo for derrotado em todas essas instâncias, cabem ainda ações de
inconstitucionalidade, como promete fazer o Ministério Publico Federal. E
aos movimentos sociais cabe lutar com suas bases por um plebiscito nacional
que de fato discuta com todo povo, e ele decida sobre como quer usar os bens
da natureza no Brasil.*
*Portanto, teremos ainda uma longa luta para que os bens da natureza tenham
uma função social para todos os seres vivos desse território, e não apenas
lucro para meia dúzia de oportunistas.*
(*Editorial do jornal brasil de fato – edição 429 - de 19 a 25 de maio de
2011)*