1 de dezembro de 2011

Villaverde é o candidato do PT na Capital

Alexandre Leboutte
ANTONIO PAZ/JC
Presidente da Assembleia Legislativa será aclamado como nome do partido para disputar a prefeitura 
Presidente da Assembleia Legislativa será aclamado como nome do partido para disputar a prefeitura
 
O presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT), será o candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre nas eleições de 2012. Ontem, o presidente estadual do PT, deputado Raul Pont, que concorria pela cabeça de chapa com Villaverde, anunciou a retirada de seu nome da disputa.

Com isso, Villaverde é o único pré-candidato petista ao paço municipial e será aclamado pelos 344 delegados do diretório municipal que se reunirão em convenção no sábado, no Hotel Ritter, Centro de Porto Alegre.

Em coletiva, no início da tarde de ontem, Pont explicou que sua desistência visava à "construção da unidade partidária", uma vez que seu nome não teria conseguido "atingir o consenso esperado".

Pont tinha o apoio de 161 delegados, correspondendo a 46,8% do total, enquanto Villaverde alcançava 183 delegados, representando 53,2% dos votos do diretório.

O deputado leu uma nota, com seis pontos, justificando os motivos da decisão. Cita que seu nome foi lançado para garantir que o partido tivesse candidatura própria, no momento em que surgiam vozes na sigla defendendo o apoio a outros partidos.

"A tese da candidatura própria sai vitoriosa e hoje é um consenso partidário. Fomos importantes para essa definição", comemora Pont. Mais uma vez, o deputado criticou o fato de algumas correntes terem definido apoio a Villaverde com base em "compromissos passados ou futuros", em uma alusão ao Movimento PT, grupo da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

O coordenador-geral da tendência, Cícero Balestro, havia justificado, na segunda-feira, que, entre outros motivos, o apoio a Villaverde também se dava em retribuição ao respaldo recebido por Maria do Rosário na eleição de 2008.

A presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Sofia Cavedon (PT), integrante da mesma corrente de Pont, a Democracia Socialista (DS), entende que a retirada da candidatura "foi um primeiro gesto, mas a unidade ainda precisa ser construída até sábado", revelando ser necessário um debate entre os grupos para afinar as propostas.

O secretário-geral do Governo Tarso Genro (PT), Estilac Xavier, membro da corrente PT Amplo e Democrático, que apoiava Pont, também vê a necessidade de uma discussão programática. "Não existe unidade porque se quer ou se proclama; a unidade tem de vir através de convicções. Todos precisam estar convergindo para que tenhamos uma candidatura forte", argumenta Estilac.

Para Villaverde, não há mal-estar ou divisão entre os grupos que apoiaram as duas pré-candidaturas. "O debate de ideias e as posições muitas vezes contundentes acerca de determinados temas nunca foram tabu no PT. Pelo contrário, faz parte da história de valorização da democracia interna", entende o presidente da Assembleia.

Villaverde telefonou para o correligionário, logo após a coletiva em que anunciou a retirada de sua pré-candidatura, e o convidou para uma conversa. No final da tarde, os dois tiveram um encontro a portas fechadas, no gabinete de Pont na Assembleia.

"O gesto dele pavimentou o caminho para a grande unidade. Agora vamos fazer uma convenção e estabelecer as diretrizes de um programa que planeje a Porto Alegre do futuro e tire a Capital desse adormecimento em que está", discursou Villaverde, já em tom de campanha.

A executiva municipal do PT faz reunião ordinária às 19h de hoje para acertar detalhes da convenção. O presidente da executiva, vereador Adeli Sell, afirma que o encontro de sábado vai tratar da política de alianças e da tática eleitoral da campanha, além de aclamar Villaverde como candidato petista à prefeitura da Capital em 2012.

‘Posição de Raul foi decisiva para a candidatura própria'

O chefe da Casa Civil do governo do Estado, Carlos Pestana (PT), avaliou ontem que o lançamento do nome do presidente estadual do PT, Raul Pont, na disputa interna do partido foi decisivo para garantir a candidatura própria petista nas eleições da prefeitura de Porto Alegre em 2012. Pestana observou que os nomes até então apresentados eram "de composição" com outras chapas e que a partir da inscrição de Pont houve a consolidação da ideia de um candidato petista na cabeça de chapa.

Depois da coletiva em que o presidente estadual do PT anunciou a retirada de sua candidatura, Pestana afirmou que todo o partido irá trabalhar por Adão Villaverde, mas projetou uma eleição difícil em 2012. Ele comparou ao cenário de 2010, quando Tarso Genro (PT) venceu o pleito ao Palácio Piratini, derrotando a governadora Yeda Crusius (PSDB), que tinha uma gestão mal avaliada, e José Fogaça (PMDB), de outro campo político.

"Agora os candidatos que enfrentaremos são mais ou menos do mesmo espectro, fazem parte dos governos Tarso e Dilma Rousseff (PT). E são fortes, tanto a Manuela d'Ávila (PCdoB) quanto o prefeito José Fortunati (PDT), que tem uma administração bem avaliada segundo as pesquisas." Segundo Pestana, o desafio é definir a estratégia do PT o quanto antes para poder superar Manuela e Fortunati. A ideia é que o tema comece a ser discutido já na convenção de sábado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário