5 de janeiro de 2012

Notícia da edição impressa de 27/04/2010  Jornal do Comércio

Gravidez durante o aviso-prévio garante estabilidade

A 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul reconheceu estabilidade no emprego à trabalhadora que engravidou durante o aviso-prévio. Exames confirmaram que a concepção ocorreu durante os 30 dias do período. 

Segundo o relator do acórdão, desembargador Ricardo Gehling, o aviso-prévio é computado como tempo de serviço para todos os efeitos. Se a gravidez aconteceu no período do aviso, considera-se que ocorreu dentro do prazo contratual, garantindo, portanto, a estabilidade à gestante (de até 120 dias após o término da licença-maternidade).
O acórdão ainda destaca que a garantia contra a despedida arbitrária e sem justa causa visa à proteção do nascituro, sendo a trabalhadora mera beneficiária.

Os desembargadores reformaram a sentença original, que havia determinado a reintegração da empregada. Com a decisão do TRT-RS, ela receberá o pagamento de indenização correspondente aos salários e demais vantagens desde o ajuizamento da ação até 120 dias após o término da licença-maternidade, sem retorno ao antigo posto.

Da decisão cabe recurso. (Proc. nº 0133500-03.2009.5.04.0232).

4 de janeiro de 2012

A política ambiental de Candiota: um projeto em execução Por Aroldo Quintana*


A Secretaria de Meio Ambiente de Candiota iniciou suas atividades há um ano e meio. Havia muito a se fazer, principalmente nas questões burocráticas. Foi necessário criar e ajustar algumas leis no que diz respeito ao meio ambiente, elaborar o plano ambiental para que fosse possível, por exemplo, hoje, licenciar empreendimentos que estão se instalando no município.

Ações recentes

Nos últimos meses, é trabalhada a criação de uma Unidade de Conservação com dois mil hectares na divisa entre Candiota, Pedras Altas e Aceguá. A finalidade é preservar aquela área. Além disto, ao cadastrá-la no SNUC, o Candiota passará a receber recursos oriundos de compensações das usinas termelétricas que poderão instalar-se no município.

Outro ponto de ação é na área de 24,9 hectares, em frente ao trevo de Dario Lassance. A meta é implantar, ali, um Núcleo de Educação e Pesquisa Ambiental (NEPA). A instalação vai viabilizar a implantação de um horto municipal com capacidade de produzir em torno de um milhão de mudas de arvores nativas.

Tratamento de resíduos

Em relação aos cuidados com resíduos sólidos, após a avaliação de vários aterros sanitários e análise da lei federal 12.305, autoridades que se envolvem com as questões ambientais, esclarecidas neste assunto, consideraram o Aterro Sanitário, igual ao implantado em Candiota, como uma solução correta para o destino final de resíduos. Ele atua com todas as precauções exigidas para o tratamento do lixo e demais quesitos.
A criação do Aterro em Candiota surgiu dois meses após ter sido implantada a Secretaria de Meio Ambiente. Construído por uma empresa privada, e já com licença Ambiental da FEPAM, esta empresa fez um Investimento de R$ 4 milhões. Isto não onerou aos cofres da Prefeitura, no sentido de não ter que desembolsar para construir um Aterro ou gastar para encaminhar o lixo à outra cidade onde existe este espaço – a mais próxima fica há 300 km.  Então, após verificar que os procedimentos estabelecidos atendiam as regras ambientais vigentes, e sabendo que a Lei de Resíduos Sólidos vai exigir do município, a partir de agosto de 2014, uma política concreta do tratamento de resíduos, o empreendimento teve apoio da Administração Municipal.

Porém, é importante deixar claro que o poder público municipal acompanha os serviços executados no local. Toda a semana as atividades do Aterro Sanitário são fiscalizadas. Até agora, todos os resultados apresentados estão dentro da normalidade. Ao contrário do que foi especulado por algumas pessoas sem conhecimento para abordar o assunto, não existem urubus ou cães no local.  O odor é suportável e foi constatado apenas dentro da área de abrangência do Aterro.

O local, aliás, tem recebido a visitas técnicas de estudantes das universidades da região e recebido muitos elogios. (Então, estamos enviando algumas fotos atuais, com visão geral e clara do espaço de trabalho do Aterro). Em síntese, o Aterro Sanitário de Candiota está sobre controle e devidamente fiscalizado.

Coleta seletiva, triagem e reciclagem

Ainda na questão do tratamento de resíduos, o município trabalha, no momento, na educação ambiental relativa à coleta seletiva, triagem do lixo, na reciclagem e no consumo sustentável.

Para isto, foi elaborado e encaminhado à Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) um projeto de a criação de uma Central de Triagem, orçada em R$ 1,4 milhão. Com isso iremos solucionar uma fase do tratamento dos resíduos. Além de proporcionar geração de renda, vai solucionar uma questão ambiental.

Estamos também providenciando a colocação de contêineres nas ruas da cidade para que os moradores possam separar o lixo seco do orgânico, e facilitar a vida dos catadores. Isto deve ser distribuído gradativamente, começando pelos pontos críticos. Também estaremos coletando pneus usados uma vez por mês, junto às residências e oficinas, borracharias e empresas.

Neste um ano e meio, tomamos algumas iniciativas e realizamos diversas atividades, porém, estamos conscientes que temos muito ainda a fazer. Estamos motivados. Ainda aguardamos a chegada de demais técnicos para completar nossa equipe e estamos estruturando a nossa repartição de trabalho. Estamos, aqui, trabalhando pelo Meio Ambiente. Em 2011, concluímos a fase burocrática e, em 2012, começaremos a desenvolver e colocar em prática novos projetos para o bem da qualidade de vida da nossa população e da preservação do Meio Ambiente.

*Secretário de Meio Ambiente de Candiota

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Coordenadoria de Comunicação - Prefeitura de Candiota/RS
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28 de dezembro de 2011

energia Notícia da edição impressa de 28/12/2011

Termelétrica Charqueadas faz 50 anos e projeta renovar licença
Jefferson Klein
TRACTEBEL/DIVULGAÇÃO/JC
 
Barbosa diz que Charqueadas é a usina a carvão menos poluente 
 
Barbosa diz que Charqueadas é a usina a carvão menos poluente
 
Às vésperas de atingir 50 anos de operação, no dia 5 de janeiro, a termelétrica Charqueadas verifica uma situação pouco comum entre as mais antigas usinas a carvão no País. O gerente do complexo, Renato Schmidt Barbosa, projeta que, devido aos últimos investimentos em modernização e, consequentemente, redução dos impactos ambientais, não deverá haver dificuldades para a renovação da licença ambiental de operação.

A validade do licenciamento atual se encerra em 2013 e o dirigente não espera problemas quanto à continuidade das atividades, pois a usina está atendendo aos padrões exigidos. A térmica emite, por exemplo, menos de 200 mg/Nm3 de dióxido de enxofre e o limite estipulado para ela é de 400 mg/Nm3. Na década de 2000, lembra Barbosa, foram realizados investimentos em turbinas e em equipamentos para amenizar os impactos ambientais. Nessas ações, a Tractebel (responsável pela estrutura) empregou em torno de R$ 62 milhões. Foram instalados filtros e, para a redução dos óxidos de enxofre, foi construído um dessulfurizador de gases, também conhecido como lavador de gases.

Barbosa informa que as medidas permitiram o cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado na década de 1990, que determinava a diminuição dos níveis de emissão atmosférica. "Ela é considerada hoje a térmica a carvão mais limpa do Brasil, com a menor emissão de todas", afirma o gerente. Com isso, ele acredita em uma vida longa para a usina, apesar de suas cinco décadas. Segundo Barbosa, as melhorias implementadas permitem que o complexo opere durante os próximos 20 anos, sem a necessidade de uma nova modernização.

Ele argumenta que a usina gaúcha comprova que é possível gerar energia com carvão, sem maiores danos ambientais. "Acredito que há espaço para a ampliação do uso do carvão e de outros combustíveis fósseis, desde que associado com energias renováveis como a eólica e a biomassa (queima de matéria orgânica)", aponta o dirigente.

A termelétrica Charqueadas tem uma capacidade instalada de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). Registra, geralmente, uma produção de 30 MW médios mensais, consumindo aproximadamente 30 mil toneladas de carvão ao mês. Eventualmente, durante o verão, com o consumo de eletricidade elevado, ou em momentos de exportação de energia para o Uruguai ou Argentina, a geração da usina aumenta. Hoje, em torno de 250 pessoas trabalham na estrutura.

19 de dezembro de 2011

OFÍCIO DA BANCADA GAÚCHA DO PT PARA A PRESIDENTE DILMA

A Bancada de Deputados Estaduais do PT enviou a Presidente Dilma Roussef o ofício abaixo, no qual solicita que ela inclua, nos leilões A - 5 , as termoelétricas a carvão mineral. Esse ofício foi-lhe entregue por ocasião de sua vinda a Porto Alegre para  o anúncio da construção da nova ponte sobre o Guaíba e entrega de máquinas do PAC II, no dia 13 de dezembro de 2011 e, ainda, após audiências que tivemos, o Prefeito Folador, Wagner Pinto, Presidente dos Sindicato dos Mineiros de Candiota e eu, em 06 de dezembro, com os Deputados Estaduais do Partido dos Trabalhadores Valdeci Oliveira, Presidente da Frente Parlamentar do Carvão na Assembleia Legislativa, Raul Pont, Presidente Estadual do PT e Adão Villaverde, Presidente da Asembleia Legislativa.

Audiência em 06.12.11 assembleia legislativa

Nessas audiências pedimos uma ação mais efetiva e enérgica do Pasrtido e posicionamento público a favor dessa nossa importantíssima demanda. Na tarde desse dia o Prefeito Folador e o Dep. Villaverde deram  entrevistas para a televisão fazendo a defesa dos leilões A - 5 com o carvão mineral.

 Esse ofício é uma resposta a nossa ação na busca de somar apoios para a concretização dessa luta de milhares de cidadãs e cidadãos cujas vidas estão na dependência da utilização desse mineral para a produção de energia


Folador sanciona lei para regularização fundiária do loteamento da Cootracan
                                                  Foto Felipe Valduga

O ato foi acompanhado por membros do executivo e legislativo municipal e moradores da área a ser atendida.

Autor do anteprojeto de lei, o vereador João Couto explica que, com a medida, a área passa a ser declarada como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). “Com isto, qualquer órgão público passa a ter autorização de executar obras de infraestrutura naquele espaço”, esclareceu.

O trecho em questão fica localizado anexo ao bairro São Simão, à esquerda da rodovia Miguel Arlindo Câmara, no sentido Vila Operária/Dario Lassance, antes da rede ferroviária. Ao todo, a área é composta por 45 mil metros quadrados.
                                                FotoFelipe Valduga
Agora, conforme o coordenador de Regularização Fundiária, Adriano dos Santos, as cerca de 80 famílias que residem na área já poderão se dirigir à repartição municipal – que fica junto ao Centro Administrativo – para a atualização cadastral e de documentos referentes à aquisição da propriedade.

Obras

A partir da instituição da área como ZEIS, também iniciam os processos para a execução de obras estruturais no local. O vereador Couto lembra que, ainda nesta semana, uma comissão deve se reunir com a direção da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). “A meta será o desenvolvimento do projeto de instalação de rede elétrica”, informou.

Por sua vez, de acordo com o secretário de Obras e Serviços Públicos, Artêmio Parcianello, o município dará inicio aos trabalhos para a implantação das redes de abastecimento de água e de saneamento. “Primeiro vamos estruturar os projetos para depois licitar a aquisição dos materiais necessários e, após, executar as obras”, relatou.
O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, sancionou, na segunda-feira, dia 19, a Lei Municipal nº 1290. A LM autoriza o início dos trabalhos, por parte do poder público municipal, do processo de regularização fundiária do loteamento da Cooperativa Habitacional dos Trabalhadores de Candiota (Cootracan).

18 de dezembro de 2011

Partido


PT lança Campanha Nacional de Filiação

O Partido dos Trabalhadores lança a sua Campanha Nacional de Filiação, ao mesmo tempo em que convoca toda a nação brasileira mobilizar-se pela continuidade da construção de um projeto nacional transformador. “Em toda a parte, as pessoas estão mobilizadas para pedir mudanças, para reivindicar um novo mundo. E o Brasil é o país mais apto para realizar a maior revolução democrática do planeta. Porque, aqui, essa revolução já começou. Milhões de brasileiros melhoraram de vida, nossa economia se tornou a sétima maior do planeta e a imagem do Brasil se fortaleceu como nunca”, diz presidente do PT, Rui Falcão, no hotsite da Campanha.

 
O PT, reconhecido e respeitado como um dos maiores partidos políticos do mundo, sempre soube mobilizar o povo brasileiro nos momentos mais decisivos da sua história. E o resultado está aí: a partir da chegada de Lula à Presidência da República, em 2002, o Brasil tornou-se um modelo mundial de distribuição de renda, de geração de empregos, de combate à fome e de defesa do meio ambiente. E o governo da presidenta Dilma vai continuar e consolidar essa transformação com o apoio da população brasileira.

O PT hoje está organizado em mais de cinco mil municípios, conta com mais de 1,5 milhão de filiados e 60 mil dirigentes em todo o País. Governa cinco estados brasileiros e tem três vice-governadores e elegeu, em 2010, 14 senadores, 88 deputados federais e 149 deputados estaduais. Nas eleições municipais de 2008 foram eleitos 560 prefeitos, 428 vice-prefeitos e 4.166 vereadores petistas.

No seu 4º. Congresso Nacional – Etapa Extraordinária, realizado este ano, o PT avançou ainda mais na consolidação da sua democracia interna e aprovou conquistas como a paridade de gênero e a ampliação da participação dos jovens e representantes da diversidade étnico-racial.

Conheça a campanha no hotsite:http://www.pt.org.br/mobilizebrasil

Por Portal do PT.

E Raul segue vivo na noite nebulosa

http://rsurgente.opsblog.org/

Por Renato Dalto (*)

Aconteceu assim: um candidato fazia um movimento e talvez pensasse em outro, o de compor uma aliança política no lado em que a vitória seria mais fácil. Há muito tempo a idéia de mudar o mundo perdeu para o pragmatismo do assalto ao palácio, mas há coisas que não morrem bem assim. Porque simplesmente estava no meio do palco um sobrevivente de outros tempos, onde era preciso silenciar, resistir aos generais e seguir cultivando sonhos escondidos na gaveta. Mudar o mundo estava na ordem do dia, e ideais não são moeda de troca por vinhos, festas e palácios. Ideais são aquela coisa fora de moda que não se compra, não se vende, não se negocia. Mesmo que tenham que ficar escondidos na gaveta.

Os tempos são outros, nessa época de flexibilizações políticas contorcionistas e termos hipocritamente polidos do politicamente correto. Esqueceu-se fácil demais a dor do choque, do pau de arara, do silêncio e das gerações e pessoas assassinadas. No país de Macunaíma, os projetos vão trocando de cor, lado e dono como se fosse a ordem natural das coisas. Mas a memória, essa arma que atira contra a mesmice, é insistente e teimosa. E salta nela um belo texto de Tabajara Ruas, lembrando então de um uruguaianense alto com jeito de bonachão, que jogava basquete muito bem e circulava com lupa na mão na densidade do marxismo e que um dia sumiu durante a ditadura. Um tempo depois, foi visto sendo largado de um carro, na rua da ladeira no centro de Porto Alegre. Sobreviveu à tortura, estava vivo. Tabajara lembra que, de soslaio, naquela noite, viu Raul na noite fria. E fez daquela imagem um presente da vida.

A vida é essa novela de destino incerto e rumo imprevisível. Vi Raul pela primeira vez num papo informal para estudantes secundaristas do Julinho, paciente e didaticamente trançando no fulgor de nossos sonhos adolescentes os caminhos de uma possível revolução. Eram tempos ainda confusos, de redemocratização e muitas descobertas. Minha irmã tinha estudado filosofia na UFRGS e tudo o que sabia de Marx era apenas o nome, data do nascimento e da morte. Ouvi Raul atentamente com o Manifesto Comunista alojado na bolsa de couro. E desde então essa memória teimosa me persegue, isso de carregar sonhos na mochila, essa insana utopia de achar que o mundo não pode ser um mercado persa, essa mania de nunca esquecer aquela frase bárbara do Capitão Rodrigo: “Pra ajeitar esse mundo, não hai nada melhor que uma guerra”.

As guerras são outras, mas ainda acho que vale carregar convicções na ponta da lança.

 Ultimamente, da minha mirante desse mundão véio sem porteira, vejo um partido que enterrou a revolução junto com os dinossauros cedo demais, vejo senhores engravatados com o olhar brilhando nas rodas burguesas, escuto papos sobre os melhores vinhos nas mesas dos melhores restaurantes e entendo perfeitamente que a pobreza jamais foi virtude revolucionária – desde que esses senhores quisessem essa vida de poder e fausto para todos.

Foi assim que, ao acompanhar pelo noticiário uma disputa que indicaria o candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre, vejo Raul de novo surgir na cena da noite nebulosa da política e se lançando como candidato de um partido que, internamente, tinha optado por isso: candidatura própria. Corria nos bastidores que o outro candidato mirava a vice do prefeito-favorito das eleições. Raul entrou no páreo para clarear a disputa e, enfim, fazer com que tudo voltasse ao princípio: candidatura própria não é candidatura laranja. Ao ver a derrota interna, evitando disputas para não rachar o partido, Raul retirou-se do páreo.

Imagino Raul de cabeça erguida, a cancha em silêncio e uma constrangedora vitória adversária com o amargo sabor de um xeque-mate. Na noite fria e nebulosa da política de resultados, Raul Pont aparece vivo, com um luzeiro na mão. No horizonte, o impossível. Mas o luzeiro insiste em não cair da mão.

(*) Jornalista