Peixes comem cada vez mais plástico
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Mais de 350 milhões de toneladas de plástico são produzidas por ano no mundo. Cerca de 7 milhões acabam nos oceanos, de acordo com algumas estimativas. Agora, pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego, descobriram um número aproximado de quanto de plástico os peixes engolem por ano – algo entre 12 mil e 24 mil toneladas, relata o New York Times. Esta descoberta enfatiza um problema que ocorre há décadas. Barato, durável e leve, o plástico é hoje essencial para um sem número de setores da economia. Mas pouco dele é reciclado e termina no ambiente, incluindo o mar, onde gradualmente se fragmenta sem verdadeiramente se biodegradar, até chegar a locais do ecossistema onde não produz mais danos.
A última pesquisa, conduzida pelo Instituto de Oceanografia Scripps da Universidade da Califórnia e apoiado pelo projeto Kaisei, uma ONG ambiental baseada em São Francisco e Hong Kong, e pela Fundação Nacional da Ciência, foi feito em uma expedição oceanográfica em agosto de 2009. Publicada recentemente na Marine Ecology Progress Series, fornece alguns dados concretos sobre um fenômeno que vem sendo difícil de avaliar. Grande parte do plástico descartado se aglomera em ilhas, mas o plástico em desintegração se dispersa em grandes áreas e não pode ser mapeado do ar. Por isso permanecem muitas questões sobre sua quantidade e o efeito a longo prazo sobre a vida marinha.
A equipe de pesquisa, incluindo os autores do estudo, Peter Davison e Rebecca Asch, viajaram por centenas de quilômetros na grande ilha de plástico do Pacífico Norte, coletando espécies de peixes, amostras de águas e detritos desde a superfície até profundezas de mais de mil metros. Apenas 9% dos peixes apanhados durante a expedição tinham pequenos pedaços de plástico em seus estômagos. Julgando a partir deste dado, os pesquisadores estimaram que peixes vivendo em profundezas intermediárias apenas no Pacífico Norte – sem mencionar outros oceanos – engolem até 24 mil toneladas de detritos por ano. Os pesquisadores afirmam que os 9% são uma estimativa baixa, porque as descobertas não refletem os casos em que os peixes regurgitam ou defecam os fragmentos de plástico, ou morrem ao comê-los.
Planeta Sustentável
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